Cultura Organizacional e Comunicação Estratégica

Segundo o professor Cees Van Riel, da Rotterdam School of Management, cultura organizacional é “um conjunto de valores e normas compartilhados pelos membros de uma organização, que controlam a maneira como eles interagem uns com os outros e com stakeholders externos”. Esta definição nos leva a refletir sobre a comunicação não como um mero transmissor de informações, mas como um pilar estratégico que sustenta a identidade e a integridade de uma organização.

A comunicação é o pilar estratégico que não apenas sustenta, mas também define a identidade e a integridade de uma organização. Ela é o fio condutor que entrelaça os valores, missões e visões da empresa, transformando-os em uma narrativa coesa que ressoa tanto internamente quanto no mundo externo. Uma comunicação eficaz é a voz da cultura organizacional, capaz de transmitir sua essência de forma clara e convincente, garantindo que a verdade da marca seja percebida como autêntica e confiável. É através desse diálogo contínuo e estratégico que a organização solidifica sua posição no mercado e na mente de seus stakeholders.

A comunicação assertiva é aquela que transmite a verdade, pois como bem sabemos, o sucesso duradouro não se constrói sobre alicerces de falsidades. As narrativas que criamos e compartilhamos devem ser reflexo da realidade, pois é na autenticidade que uma marca encontra seu maior valor. Cerca de 75% da reputação de uma marca provém da cultura da empresa, enquanto os outros 25% são moldados pela comunicação. A marca, portanto, é um reflexo da essência corporativa, e sua reputação é o eco dessa verdade no mundo.

A comunicação interna é a espinha dorsal que fortalece a cultura de uma empresa, atuando como um catalisador para o alinhamento e engajamento dos colaboradores. Ao promover um diálogo aberto e transparente, a comunicação reflete e reforça os valores e a missão da organização, criando um ambiente onde a cultura interna prospera e se manifesta externamente através de interações positivas com clientes e stakeholders. Este reflexo não só melhora o desempenho da comunicação externa, mas também gera valor para a marca, pois uma equipe unida pela cultura corporativa é percebida como mais autêntica e confiável, atraindo clientes e criando uma reputação sólida no mercado.

Para estruturar essa comunicação, podemos utilizar a matriz MCA (Mensagem, Canais, Alvos), que nos ajuda a definir claramente o que queremos comunicar (Mensagem), por onde (Canais) e a quem (Alvos). A chave é ser o protagonista da sua narrativa, para que outros não contem a sua história por você. Aqui entra a arte do storytelling, que não é apenas contar histórias, mas sim tecer a realidade com as linhas da percepção humana.

A gestão da reputação deve começar desde o primeiro dia da empresa, pois é esse histórico que facilitará a gestão de crises quando elas surgirem. Com uma cultura sólida e uma comunicação estratégica, uma organização pode atrair mais capital, melhores fornecedores, reter clientes, e atrair talentos excepcionais. Os principais drivers da reputação incluem a qualidade dos produtos ou serviços, a integridade corporativa, e a responsabilidade social.

Por fim, lembremos que toda comunicação deve ser norteada pelos valores corporativos. É essencial monitorar constantemente os resultados dessa comunicação, sendo o engajamento do cliente o principal indicador de sucesso. Afinal, são os clientes e consumidores que, com suas escolhas e lealdade, validam e fortalecem a reputação de uma marca.

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